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MOJUBÁ !
Temos o intuito de incentivar e discultir textos sobre as religiões de matriz africana entre outras questões que envolve essa temática, também ter um espaço para divulgação da atividades da Egbé que alcança o Ilê Axé Sangó e o Centro Cultural Ébano Brasil.

domingo, 6 de novembro de 2011

LENDA- O VALOR DO TRABALHO

    Certo dia Orunmilá resolveu visitar um amigo que morava muito longe.


    O Orixá tinha o endereço do amigo, mas não sabia como chegar à sua casa, que ficava no interior de uma floresta muito densa.
     Em busca de sua meta, Orunmilá acabou se perdendo e, andando a esmo, dava voltas e acabava chegando sempre ao mesmo lugar.
    Cansado e desalentado, estava a ponto de desistir quando, providencialmente, encontrou Exu, que andava por aquelas bandas.
- Aború, Boiyè, oh! – saudou o adivinho cordialmente. E, Exu, também com cordialidade, respondeu:
- Boxixê oh!
- Que bom encontrá-lo, Exu! Disse Orunmilá. – Há horas estou perdido nesta floresta, para onde vim em busca da casa de um amigo. Ando, ando, e acabo sempre voltando ao local de partida.
- Isto é muito comum às pessoas que, como tu, não estão acostumadas a caminhar dentro das florestas. Andam em círculos e acabam sempre no local de onde partiram – confortou Exu.
- Conheces bem esta floresta? – perguntou Orunmilá
- Sim! – respondeu Exu. – Conheço-a tão bem como a palma de minha mão direita!
- E a casa de eu amigo, sabes onde fica?
- Certamente que sim! Pouco antes de encontrar-te passei diante dela e posso assegurar-te que não fica muito distante daqui!
- Neste caso, Exu, que tal se me levasse até lá? Como sabes, vim de muito longe e já estava a ponto de desistir da visita quanto te encontrei. Se fizeres o favor de conduzir-me, ficar-te-ei muito grato, pois não terei perdido o meu tempo, que, como sabes, é muito valioso.
-Sabe o que é, Orunmilá? – disse Exu com ar matreiro. – Estou com muita pressa. Vou a uma reunião de negócios onde muito dinheiro está em jogo. Se não chegar em tempo, provavelmente sofrerei algum prejuízo de ordem financeira e, sabes muito bem, detesto perder dinheiro.
- E se eu te pagar para me conduzires? Diga quanto queres e estarei pronto a recompensa-te – respondeu Orunmilá, que já havia compreendido as intenções de seu interlocutor.
- Já que insistes tanto, poderei te levar à casa do teu amigo se me pagares a importância de 16 caurís.
   Como? Perguntou o Oluô com espanto – Dezesseis caurís? Não achas que é demais Exu? Dezesseis caurís é o valor que cobro por minha adivinhações e tu nem ao menos sabes Ifá!
-É verdade, Orunmilá. Eu não sei Ifá! E tu, grande sabichão, por acaso sabes o caminho?
-Sem dizer mais nada, Orunmilá tirou de sua capanga os 16 caurís, entregando-os a Exu, que, prontamente, conduziu-o à casa do se amigo que, como dissera, estava muito mais próximo do que podia imaginar o adivinho.
    Desta forma, Exu ensinou uma coisa a Orunmilá: cada um é importante naquilo que sabe fazer com perfeição. Não existem profissões mais ou menos importantes que as outras.
  To homem [ e mulher] que, com dedicação, exerce e dignifica o seu trabalho, deve ser recompensado, não cabendo a ninguém estabelecer o valor do mesmo.



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