Babaloorisá João Bosco D’Sangò
Novembro comemora-se o mês da Consciência Negra. Comemorações e festas não irão faltar pelo Brasil a fora. Nada contra festas, porém cremos ser ínfima diante do cotidiano injusto que ainda perpassa a realidade de nós afrodescendente. Devemos sim comemorar o 20 de novembro, afinal entre tanto outros heróis negros que temos Zumbi – o líder do Quilombo de Palmares é um deles. Mas também deve-se aproveitar esse mês para discutirem-se os meandros que pairam as religiões de matriz africana.
Refletir acerca do que seja ter consciência negra entre nós religiosos de matriz africana é perceber a importância do diversos povos negros que com a diáspora africana vieram para nosso país na condição de escravizado. Porém, o que percebe-se entre um variado grupo de lideranças religiosas de matriz africana é ainda a ausência de compreensibilidade sobre do papel do candomblé na formação social e cultural do Brasil. Estes religiosos poucos informados e também poucos formados do seu papel social resume-me as suas funções em apenas e tão somente religiosas. Esquece-se os mesmo que nossa função enquanto lideranças vai muito além, visto que lidamos com seres humanos, e como tal são desejosos de respostas para suas vidas. Portanto a luta por dignidade humana, por conhecer a história do povo negro tanto na África quanto no Brasil.
Discutir dignidade do negro no Brasil é destacar a luta de um povo que com garra nunca curvou-se diante de seus opressores. E isso as lideranças religiosas do candomblé, além de conhecer essa história devem ressaltar tais fatos para seus liderados, pois como enaltecer o candomblé sem, contudo conhecer o processo de diáspora africana para o nosso país?
Ressalvo que nós liderança religiosas temos obrigação de estudar, conhecer e saber não só sobre candomblé e sim sobre a história e cultura africana e afrobrasileira de uma forma geral. Dessa forma estaremos compreendendo ou pelos menos tentando compreender a alma do negro e do afrodescendente no Brasil, visto que em nossos templos estão presentes pessoas das mais diversas índoles e personalidades. Por isso sacerdotes e sacerdotisas do candomblé devem estar muito bem preparados (as) para lidar com as angustias e mazelas humanas, especialmente do ser humano negro.
No mês da consciência negra este meio de comunicação deseja aventar discussão sobre o papel do sacerdote e sacerdotisa de candomblé como lideranças religiosas e seu papel na sociedade como um todo. Para tanto selecionou-e artigo em que traz as tona a questão das intolerâncias aos praticantes de religião de matriz africana. Visto que é impossível as lideranças religiosas de matriz africana fechar os olhos para essa cruel realidade existente em todos os cantos do Brasil. O artigo propõe a discutir os percalços da vivência cotidiana da dimensão de fé de matriz africana na sociedade brasileira mediante o crescimento da intolerância religiosa. Os autores afirmam que o crescimento da intolerância religiosa em relação aqueles (as) que professam a fé nas religiões dos Orixás tem instigado pesquisadores(as), uma vez que influenciam o processo de interação social. Nas relações familiares, nas escolas, no mundo do trabalho, e até mesmo no simples andar pelas ruas das cidades, as práticas de intolerâncias têm se revelado como afronta à dignidade humana.
Na lenda do deste mês intitulada O Valor do Trabalho, procura demonstrar a importância do trabalho na vida dos seres humanos, como também evidenciar que todo e qualquer trabalho é digno, desde que realizado com gosto e prazer.
Quanto ao calendário de atividades do mês da Egbè Omorisá Sangò são as seguintes:
-Dia 05 (Sábado) das 15 às 17 horas- Atendimento Público;
-Dia 09 (Quarta Feira) Amalá;
-Dia 12 (Sábado) Participação do Ipeté (Festa de Osùn) na Egbé Oni Odé –Campo Grande –MS;
- Dia 19 (Sábado) das 15 às 17 horas- Projeto Entendendo o Candomblé de Nação Ketu – Roda de discussão e debate;
- Dia 26 das 15 às 17 horas- Projeto Entendendo o Candomblé de Nação Ketu – Roda de discussão e debate.
Esperamos com esses escritos contribuir para uma melhor compreensibilidade das religiões de matriz africana no Brasil, e desejamos a todos e todas um mês de alegria e sucesso. Boa leitura da todos (as)
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