Babálòórisá João Bosco D’Sangó
Há coisas que são difíceis de compreender neste mundo, como também há
coisas que não se pode admitir em pleno século XXI. Entre outras coisas, é
impossível admitir a falta de respeito à forma de pensar agir e louvar de
determinado grupo social. Como já referido em escritos de meses anteriores, em
se tratando de século XXI, estamos vivendo momento importante para a história
da humanidade, visto que em todos os cantos do planeta Terra falasse em
respeito à diversidade. E o Brasil, como fica nesse contexto?
Em um país com uma diversidade cultural imensa como é o nosso, não deveria ter lugar para intolerâncias religiosas, visto que a história e cultura africana e afrobrasileira esta presente em todos os cantos e rincões desta nação.
Não da para admitir mais em nossas escolas atitudes de professores (as), como a desta descrita no artigo intitulado: “Intolerância Religiosa afeta autoestima de alunos (as) e dificulta aprendizagem”.
Se existe professores (as) que ainda insistem em fazer de suas salas de aulas uma extensão do púlpito de sua igreja é porque também existem pais e responsáveis que fecham os olhos para as discriminações e preconceitos religiosos que sofrem seus filhos e filhas no ambiente escolar.
Cremos que seja hora de nós religiosos (as) de matriz africana, especialmente das diversas Nações de Candomblé, sairmos do ostracismo, em defesa dos nossos (as) e filhas (as) em idade escolar. É impossível se calar diante de tanta injustiça que cotidianamente sofrem alunos (as) praticamente de religiões de matriz africana. Pois, ao calarmos estamos reforçando o preconceito e a discriminação contra nossas crianças, jovens e adultos que estão matriculados nos variados níveis educacionais nas escolas brasileira.
Asseguramos que é muito fácil e até certo ponto cômodo batermos no peito e dizermos que somos de Candomblé dentro dos espaços de nossos templos. Agora, o que realmente necessitamos é nos afirmemos identitáriamente como religiosos (as) de matriz afro em todos os espaços sociais. Especialmente nós de Candomblé de Nação Ketu, pois enquanto não mostrarmos a que viemos nesta sociedade e ficarmos enclausurados, nos escondendo e/ou negando nossas convicções religiosas, crianças, adolescentes e jovens praticantes de religiões dos orixás, ínkices e voduns estarão sofrendo todas as formas de preconceitos religiosos.
Se no passado homens e mulheres lutaram por fazer valer o direito de praticar o culto de origem africana em nosso país, hoje cumpre a nós continuarmos a luta por um país que nos respeite como praticante de culto ancestral tão antigo quanto a história da humanidade.
O segundo artigo deste mês,
intitulado, Principais influências
Religiosas Africanas nas Tradições Brasileiras, refere-se a um fragmento da
obra A alma africana no Brasil – os
Iorubás da pesquisadora Ronilda Iyakemi Ribeiro. Neste fragmento, ela discute
sobre algumas diferenças entre o Candomblé de Nação e a Umbanda. Texto de uma
profundamente enorme para pessoas que pretende aderir uma religião afro. A autora lida com a questão
com clareza e objetividade e com linguagem simples e de fácil acesso, faz com
que o leitor compreenda as fronteiras entre essas duas distintas religiões.
A
lenda que apresentamos neste mês intitulada Iemanjá
é nomeada protetora das cabeças, destaca o fator que fez da Orisá
Iemonjá transformar-se em senhora e protetora de todos os ori (cabeças).
Destacamos o
calendário de atividades do mês de junho na Egbé Òní Omorisá Sangó:
Dia 03 (Sábado) das 15 às 17 horas – Atendimento Publico ;
Dia 07 (Quarta Feira) – 20 horas - Amal;
Dia 10 (Sábado)
das 15 às 17 horas – Projeto Discutindo Candomblé Ketú;
Dia 17
(Sábado) das 15 às 17 horas - Projeto Discutindo Candomblé Ketu;
Dia 25
(Domingo) Café da Manhã, Reunião Mensal e Almoço de Confraternização na Egbé.
Esperamos que
os escritos desse mês possam contribuir com o crescimento de todos(as) que
acessarem e lerem os artigos. Boa leitura e excelente mês a todos(as)!
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Parte da Família: Fagner, Ester, Babá Bosco, Ya Suzi, Well, Ya Angela, Humbona. |