Por Bábáòlòòrisa Edson Fernandes*
Até onde pode ir nossa fé? Porque tantas pessoas abandonam a crença nos Orisàs e buscam outras crenças? Será que a fé nos Orisàs tem sido pequena? Ou as desilusões na religião dos Orisàs que são grandes demais? Onde podemos buscar a razão para tudo isso? Será que é o Orisà que esta errando ou, o erro está sendo cometido pelo pouco conhecimento de nossos sacerdotes e nossas sacerdotisas?
São essas questões que busco refletir neste começo de conversa com as pessoas que lêem este artigo iniciada ou não na religião dos Orisàs.
Tantas coisas vêm sendo criadas no culto aos Orisàs, outras tantas misturadas ao Candomblé. Dessa maneira a verdadeira essência do Orisà fica cada dia mais longe da sua real origem.
Tentemos enxergar as coisas de uma forma singular: Se pegarmos uma receita e ao invés do sal, colocarmos o açúcar, todo seu sabor será mudado e a receita original perderá completamente o sabor.
Surge então uma indagação: Quem errou?
É difícil compreender como algumas pessoas conseguem cultuar Inkices, Voduns, Orisàs, Caboclos e tantas outras Divindades juntas em um mesmo templo?
Tenho notícias de pessoas iniciadas no Culto dos Orisàs para Osun, tendo como Esù pessoal Tranca Rua das Almas. Como pode isso acontecer, visto que existem incompatibilidades entre essas energias?
Se não tivermos nas religiões afrobrasileiras sacerdotes e sacerdotisas bem preparados/as e com uma linha de formação bem definida, não teremos como esperar um resultado satisfatório nos cultos aos ancestrais divinizados.
Talvez nesse fato esteja a explicação para a desistência das pessoas dos cultos afros. A de se perguntar ainda: Onde está sendo depositada toda a fé das pessoas? Para quem elas devem fazer suas orações? Em qual cultura ela deve se aprofundar e aprender? É na prática do misturando tudo que funcionará? Compreendo que não. O acerto ocorre através da escolha de um bom sacerdote ou sacerdotisa, do qual ter-se-á o conhecimento e a formação necessária para compreender a religião do culto que o mesmo foi iniciado.
As más escolhas com o passar do tempo, conduzem a mais erros que acarretam perdas e, com elas os sofrimentos. Por isso, as mazelas pessoais e os descréditos com as religiões afro seguem aumentando.
Tudo na vida está interligado, não vamos esperar milagres, mas vamos buscar sacerdotes e/ou sacerdotisas melhores e mais preparados/as, que possam orientar com mais contundência seus filhos/as. Não esperar por mágica, mas coerência cumprimento das obrigações e responsabilidades com os Orisàs.
As respostas para todas as questões estão em nós mesmos. Quando temos fé, sentimos que não estamos sozinhos, que uma força existe dentro de nós, mas às vezes não podemos dar um nome a ela, sentimos sua presença. É por isso que precisamos desenvolver um maior conhecimento, sobretudo o que está acontecendo conosco.
Sabemos que muitas vezes o sentimento de força e fé que nos sustenta partiu de um determinado orisà e às vezes de um assentamento feito por um sacerdote e/ou sacerdotisa que detêm conhecimentos e através dele/a nos transmite o asé necessário para o momento ou situação que estamos passando.
É somente quando existe esse conjunto de forças organizadas, que teremos o resultado necessário, para o problema daquele momento. A crença é necessária, em todos os momentos. Precisamos acreditar e também conhecer o que acreditamos. Fé sem conhecimento é alienação.
*Edson Fernandes é bábáòlòòrisa no município de Campo Grande-MS, dirige a Egbé Òmó Òní Odé. Coordena o Centro Afro Cultural Baobá.
São essas questões que busco refletir neste começo de conversa com as pessoas que lêem este artigo iniciada ou não na religião dos Orisàs.
Tantas coisas vêm sendo criadas no culto aos Orisàs, outras tantas misturadas ao Candomblé. Dessa maneira a verdadeira essência do Orisà fica cada dia mais longe da sua real origem.
Tentemos enxergar as coisas de uma forma singular: Se pegarmos uma receita e ao invés do sal, colocarmos o açúcar, todo seu sabor será mudado e a receita original perderá completamente o sabor.
Surge então uma indagação: Quem errou?
É difícil compreender como algumas pessoas conseguem cultuar Inkices, Voduns, Orisàs, Caboclos e tantas outras Divindades juntas em um mesmo templo?
Tenho notícias de pessoas iniciadas no Culto dos Orisàs para Osun, tendo como Esù pessoal Tranca Rua das Almas. Como pode isso acontecer, visto que existem incompatibilidades entre essas energias?
Se não tivermos nas religiões afrobrasileiras sacerdotes e sacerdotisas bem preparados/as e com uma linha de formação bem definida, não teremos como esperar um resultado satisfatório nos cultos aos ancestrais divinizados.
Talvez nesse fato esteja a explicação para a desistência das pessoas dos cultos afros. A de se perguntar ainda: Onde está sendo depositada toda a fé das pessoas? Para quem elas devem fazer suas orações? Em qual cultura ela deve se aprofundar e aprender? É na prática do misturando tudo que funcionará? Compreendo que não. O acerto ocorre através da escolha de um bom sacerdote ou sacerdotisa, do qual ter-se-á o conhecimento e a formação necessária para compreender a religião do culto que o mesmo foi iniciado.
As más escolhas com o passar do tempo, conduzem a mais erros que acarretam perdas e, com elas os sofrimentos. Por isso, as mazelas pessoais e os descréditos com as religiões afro seguem aumentando.
Tudo na vida está interligado, não vamos esperar milagres, mas vamos buscar sacerdotes e/ou sacerdotisas melhores e mais preparados/as, que possam orientar com mais contundência seus filhos/as. Não esperar por mágica, mas coerência cumprimento das obrigações e responsabilidades com os Orisàs.
As respostas para todas as questões estão em nós mesmos. Quando temos fé, sentimos que não estamos sozinhos, que uma força existe dentro de nós, mas às vezes não podemos dar um nome a ela, sentimos sua presença. É por isso que precisamos desenvolver um maior conhecimento, sobretudo o que está acontecendo conosco.
Sabemos que muitas vezes o sentimento de força e fé que nos sustenta partiu de um determinado orisà e às vezes de um assentamento feito por um sacerdote e/ou sacerdotisa que detêm conhecimentos e através dele/a nos transmite o asé necessário para o momento ou situação que estamos passando.
É somente quando existe esse conjunto de forças organizadas, que teremos o resultado necessário, para o problema daquele momento. A crença é necessária, em todos os momentos. Precisamos acreditar e também conhecer o que acreditamos. Fé sem conhecimento é alienação.
*Edson Fernandes é bábáòlòòrisa no município de Campo Grande-MS, dirige a Egbé Òmó Òní Odé. Coordena o Centro Afro Cultural Baobá.
Nenhum comentário:
Postar um comentário